quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cristãos cidadãos


Política é assunto controverso, logo é polêmico. Entretanto, não significa que por ser polêmico a política não seja necessária. Nossas cidades, nossos estados e o Brasil por um todo está debaixo de três poderes em que são realizados políticas. Dois destes poderes são pela eleição direta através dos cidadãos brasileiros. O povo democraticamente direciona seu representante no legislativo e o seu governante no executivo, e os cristãos fazem parte deste processo.

A Bíblia, por outro lado, diz que nossa Pátria é o Céu (Filipenses 3:20). Diz que somos peregrinos e forasteiros neste mundo (1 Pedro 2:11). Qualquer pessoa que fizer a lição de casa vai perceber que as maiores promessas para Igreja apontam para outro Reino que não é deste mundo (João 18:36).

Que ligação existe entre ambos? Uma resposta que me satisfaz está no conceito de que somos cristãos cidadãos. Antes de sermos cidadãos, somos cristãos. Ser Cristão visa priorizar a direção dada em Matheus 6 sobre a busca deste Reino de Deus. Automaticamente isto requer de nós o conhecimento do tipo de Reino a que Jesus veio estabelecer. Um Reino que foca o interior de uma pessoa. Reino que visa libertá-los de si mesmos e dos pecados que a escraviza a vida humana. 

Por outro lado, ser cidadão requer obedecer a uma cartilha de direitos e deveres. O cidadão é quem constrói a sociedade. Significa observar as leis e as cumpri-las. Significa respeitar o direito de outros.

Na aplicação conjunta destes conceitos de sermos “cristãos cidadãos”, vamos perceber que os dois títulos se referem a cidadanias. Requer de nós o bom senso para administrá-las com discernimento. Compreender que o mundo não tem uma população apenas cristã, e por isto, o Estado precisa atender universalmente.

Agora, pela ordem dos títulos, estou também querendo dizer que uma cidadania é mais importante do que a outra para nós cristãos. Porém, devo inferir ao mesmo tempo a consideração de que a mais importante não se impõe a menos importante. Isso não é contraditório, pois somos como forasteiros neste modelo de sistema secular. O nosso dever é ceder o direito a aqueles que pertencem a este mundo do jeito que Ele está. Ceder não significa que devemos deixar de compartilhar o amor de Deus ou mesmo que devemos conformar com a decadência da humanidade, mas que devemos a dar a eles o que é de direito deles.

Jesus ensinou isso em Matheus 22. Naquele momento Jesus se mostrou como exemplo dos dois Reinos, mostrou as duas cidadanias, uma onde era Rei e outra onde era cumpridor de leis. Jesus deu a dica que chegará o dia onde céu e terra estarão sob seu governo. Porém, nesta atual dispensação que vivemos, Cristo ensina que ainda não é o momento de fazer uma revolução política e geográfica. A revolução compreendida por Cristo é mais profunda, direcionada ao cerne do ser humano. A prioridade de Jesus não começa no exterior das pessoas, mas em estabelecer o Reino no coração das almas que por Ele se decidirem.

Deus abençoe

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