segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O consolo em ser ouvido.



Então Jó respondeu: Escutem com atenção as minhas palavras; seja esse o consolo que vocês haverão de dar-me. Suportem-me enquanto eu estiver falando; depois que eu falar poderão zombar de mim. Acaso é dos homens que me queixo? Por que não deveria eu estar impaciente? - Jó 21:1-4 NVI

Jó pede uma oportunidade para ser ouvido, pois isso servirá de consolo. Quantos de nós estamos em situação semelhante? Creio que muitos. Semelhante a Jó, diante de provações (provação é diferente de tentação), nós não temos saída. Sabe por quê? Porque quem nos prova é Deus. A nossa saída é passar por toda provação. O destaque deste texto é que aprendo que muitas vezes diante da provação o desabafo é o nosso único alívio.

Observe que nos versos 3 e 4,  Jó faz perguntas retóricas. Pergunta retórica é uma pergunta para a qual a pessoa que fez já sabe a resposta. Este é outro sinal que ele não apenas quer ser ouvido, mas ser compreendido na razão de sua queixa. O homem justo, reto e temente a Deus, vendo toda sua forma de vida ruir, toda a sua descendência morrer, toda a sua casa ficar sem paz e observar que o homem que não teme a Deus prospera em todas estas coisas. É um contraste frustrante.

Mas apesar de ser um momento intenso e confuso para Jó, ele mostra sabedoria para apontar que suas queixas não são contra homens. Se não são contra homens, as queixas de Jó são contra quem? A sabedoria de Jó está na leitura adequada de que as queixas não são contra, mas sobre alguém. Há uma diferença. Ele não se opõe a Deus, mas se queixa porque a luta está pesada demais e que diante disso ele está vendo o perverso prosperar (essa informação está nos versos seguintes).

O interessante é que Jó apresenta seus lamentos sem que isso seja ofensivo a Deus, pelo contrário, a sua queixa é verdadeira, transparente e sábia. Isto ensina que não é errado se queixar. Não é errado dizer que o fardo está pesado. Dizer que está cansado. Não é errado dizer que está fraco. Isto é ser transparente. Na verdade é ser humano. O errado é murmurar como a geração do deserto liderado por Moisés fazia. Errado é dizer que o motivo de sua aparente derrota seja Deus. É atribuir injustiça ao Justo. 

Que o Senhor ilumine ao nosso entendimento sobre a profunda visão do Livro de Jó

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